Creio em Deus, criador onisciente e onipotente, Causa Suprema de todas as coisas, origem do Bem e do Belo.
Creio no
seu excelso e imutável amor, como atributo principal de seu caráter,
como essência que, d’Ele irradiando, gera a Vida, que se ostenta por
toda a parte sob múltiplas modalidades, animando o incomensurável
cenário do infinito.
Creio na
sua justiça indefectível, não como instrumento de punição ou vindita,
conforme a dos homens; mas como processo de regeneração, imanente no
mesmo delito, estabelecendo de modo absolutamente perfeito, graças a uma
organização sapientíssima, todas as normas do direito, todos os princípios da mais rigorosa igualdade.
Creio no
seu poder e saber absolutos, cujas provas transcorrem da
inalterabilidade e da matemática precisão com que funcionam as leis
organizadas para regerem a criação nos planos físico e moral.
Creio em
Jesus Cristo como a encarnação do Verbo divino, compreendendo esse Verbo
como a vontade de Deus, a verdade eterna revelada ao mundo.
Creio nas Escrituras, contanto que nelas se busque, através da letra que mata, o espírito que vivifica.
Creio no
progresso, na evolução, como objeto e alvo da vida, segundo a sentença
do Mestre: “Sede perfeitos como Deus, vosso Pai, é perfeito.”
Creio na
salvação, como a liberdade que os ser consciente vai adquirindo à
proporção que se vai desembaraçando dos vícios, paixões e fraquezas,
conforme o ensino do Cristo: “Aquele que comete pecado é escravo do
mesmo pecado. A verdade vos libertará.”
Creio na
ressurreição do espírito, porque, sendo ele imortal e indestrutível, não
pode extinguir-se com a morte do corpo, consoante disse Jesus: “Deus
não é Deus de mortos: para Ele todos vivem.”
Creio na
solidariedade universal, na comunhão dos fiéis, segundo a súplica do
Justo: “Pai, quero que eles sejam um em mim, como eu sou um em Ti, na
consumação da unidade.”
Creio num
só destino reservado a todos, e cuja realização se dera infalivelmente,
no infinito do tempo, conforme se deduz da incomparável odisséia do
Filho Pródigo.
Creio que o
homem não nasce neste ou naquele meio, sob esta ou aquela condição,
esta ou aquela vez, pela sua vontade, mas pela vontade de Deus, como
ensina o Evangelho.
Creio que a existência terrena é uma oportunidade
organizada, e concedida por Deus, para o espírito realizar o objetivo
da vida, concitado pela contingências e conjunturas que o cercam.
Creio nos
efeitos do batismo de fogo, e nos efeitos do batismo do Espírito Santo;
este como influência do Céu, e aquele como símbolo da dor que purifica
os costumes, abate o orgulho e apura os sentimentos.
Creio na
“Graça” como auxílio de Deus àqueles que obedecem à seguinte
recomendação: “Pedi e dar-se-vos-á; batei e abrir-se-vos-á; procurai e
achareis.”
Creio no
Paraíso e no Hades como condições especialíssimas em que se encontrarão
os Espíritos, conforme o estado de suas consciências; pois escrito
está: “A cada um será dado segundo as suas obras.”
Creio na
imensidade, na incomensurável vastidão do infinito resplendente de
astros, planetas, sóis e mundos, onde palpita a vida num concerto
uníssono de cânticos e louvores ao Supremo Senhor do Universo, de acordo
com as palavras do Rabino: “Na casa de meu Pai há muitas moradas.”
Creio,
finalmente, que todas as leis e atos emanados de Deus são frutos do seu
infinito amor, a serviço de sua insondável inteligência e soberaníssima
vontade.
Livro: Nas Pegadas do Mestre
Autor: Vinicius (pseudônimo) – Pedro de Camargo
8ª Edição em 1992 – Editora Federação Espírita Brasileira (FEB) –
Páginas: 68 até 69 – Brasília-DF – 1933
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