“Aproximou-se
de Jesus um leproso, prostrou-se e disse-lhe: Senhor, se quiseres,
podes tornar-me limpo: Jesus, estendendo a mão, retrucou: Quero; fica
limpo. No mesmo instante o leproso ficou são.” (Evangelho)
Nós nos
achamos sob a influência de duas forças antagônicas entre si: a
positiva e a negativa. Consoante a ação desta ou daquela, sentimo-nos
grandes ou pequenos, capazes ou inertes, varonis ou pusilânimes.
A primeira
é força construtora, edifica sempre. A segunda é demolidora, destrói
fatalmente. Uma gera otimismo; outra engendra pessimismo. Esta nega;
aquela afirma. A força positiva congraça, originando ondas simpáticas; a
negativa dispersa, dando origem a ondas antipáticas.
A corrente
positiva é absoluta, tem sua origem na fonte eterna da vida: Deus.
Sua antagonista é relativa, incerta, dúbia, ora perdendo, ora ganhando
intensidade; dimana do homem, de seus defeitos, fraquezas e paixões.
Está, por isso, destinada a ser, em dado tempo, aniquilada, visto como
age de encontro à harmonia do Universo. Perdura enquanto o homem ignora
seus perigos, sua natureza e os meios de a alijar de sua mente e de seu
coração. Logo, porém, que lhe seja dado discernir entre a influência
dissolvente de uma, e a influência benfazeja de outra, ele deixará de
produzir e alimentar a força inimiga, para sorver a largos haustos a
energia criadora que tudo vivifica.
Em
rigorosa análise, podemos dizer que estas duas forças guardam entre si
aquela mesma relação que se verifica entre a luz e as trevas. Estas não
são outra coisa senão a ausência daquela. Não há realidade nas trevas,
como também não há na corrente negativa. Contudo, as consequências da
falta de luz, como os efeitos da ausência de força positiva, ocasionam
males tremendos.
Ninguém
triunfará na vida senão pela força positiva. Nos planos superiores ela
domina o ambiente. Nos inferiores é escassa e fugidia, como o clarão
dos relâmpagos. Jesus enchia-se de contentamento quando ela se lhe
deparava na Terra.
Comprazia-se em acentuar que só através da força positiva lhe era dado exercer sua missão de amor.
O leproso,
de que nos fala a passagem acima transcrita, agiu mediante o influxo da
força positiva, de que se achava possuído. Seu pedido foi expresso em
linguagem categórica e firme: Senhor, si quiseres, podes tornar-me
limpo. A resposta foi articulada no mesmo tom: Quero; fica limpo. A
voz do céu, pela boca do seu legítimo intérprete, não podia vibrar em
outro diapasão.
A tua fé
te salvou; a tua fé te curou; seja feito segundo tua fé, e outros
dizeres semelhantes têm sua explicação no poder dessa energia, na ação
inconfundível da força positiva através da qual Jesus Cristo operou os
prodígios que maravilharam o mundo.
Livro: Nas Pegadas do Mestre
Autor: Vinicius (pseudônimo) – Pedro de Camargo
8ª Edição em 1992 – Editora Federação Espírita Brasileira (FEB) –
Páginas: 57 até 58 – Brasília-DF – 1933
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