
Vós sois a luz do mundo. Não se pode
esconder uma cidade edificada sobre um monte… Assim, resplandeça a vossa
luz diante dos homens, para que eles vejam as vossas boas obras e
glorifiquem vosso Pai, que está nos céus. – Mateus, cap. 5, vv. 14 e16.
A luz simboliza o conhecimento, a
revelação, as descobertas, em oposição às trevas, que representam a
ignorância, a inferioridade e o atraso. Onde haja luz, as trevas não
ocupam lugar. Jesus reforça esta tese, ao nos dizer: “A luz ainda está
convosco por um pouco de tempo; andai enquanto tendes luz, para que as
trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde
vai”. – Lucas, cap. 12, v.35.
O Mestre se declara como sendo a
própria luz, o modelo de homem de bem (“O Livro dos Espíritos”, q. 625),
a que todos nós devemos imitar e seguir. Suas lições, contidas no
Evangelho, são gotas de luz que enobrecem e elevam a alma para Deus.
Ao recomendar a seus
discípulos: “Brilhe a vossa luz”, o Divino Amigo estava encorajando-os
a ir a campo e anunciar ao povo a Boa Nova. Era um trabalho árduo, que
exigia de cada enviado do Mestre muita coragem, determinação e
capacidade de persuasão.
Ensinando-nos que seu Reino não é deste
mundo, Jesus nos esclarece que a vida na Terra é transitória. É um curto
período de aprendizado para o espírito, na sua longa ascensão a Deus.
Embora o Mestre tenha sido enfático em afirmar que seu reino não é aqui,
o homem, em geral, permanece alheio a toda sugestão de natureza
espiritual.
Os espíritos conscientes da vida, em
suas múltiplas dimensões, preocupam-se com seu retorno a este mundo;
sabem a responsabilidade que envolve uma encarnação; compreendem que
todos nós invariavelmente retornamos a este planeta com uma missão,
ainda que pequenina. Muitas delas são missões comuns, do tipo ser pai,
mãe, cientista, pesquisador, professor, médico, sacerdote, etc.
Entretanto todas elas têm seu valor na soma do progresso que nos cabe
realizar.
Há muitos representantes de religiões
que sabem o que é a reencarnação, mas, por orgulho, a repudiam; sabem
que os espíritos se comunicam com os homens, mas preferem negar o
fenômeno. Por que esse comportamento? Porque a reencarnação é uma lei
que nos iguala a todos, o que para muitos não é uma condição que agrade.
Por isso, temos que nos empenhar na divulgação da mensagem espírita, que
não é outra senão a do Cristianismo Redivivo. Em outros termos, isto
significa agir com desprendimento e dedicação ao trabalho de ajuda ao
próximo; atuar com menos críticas pessoais e mais realizações no campo
do Bem.
O médium não deve se recolher, porque um
dia falhou, ao filtrar o pensamento do espírito comunicante. Não! Tais
ocorrências são escolhos da prática mediúnica, a que todos nós estamos
sujeitos. “Em matéria de mediunidade, diz-nos Emmanuel, importa o
serviço. Em qualquer tarefa das boas obras, deixa, pois, que a
mediunidade te brilhe nas mãos. Entre a lâmpada apagada e a força das
trevas não há diferença.”
O orador também não deve se calar,
porque um dia não esteve inspirado, ao expor o tema que preparara com
tanto esmero. Não! A todo instante somos testados na nossa humildade e
no dom de servir. Divulgar a Doutrina Espírita, seja através da palavra
ou da escrita, é caridade sob a forma de mais luz no coração das
pessoas.
O dirigente da casa espírita não pode
reclamar do cargo, simplesmente porque o trabalho é exaustivo, exigindo
dele mais abnegação. Compreender que a casa espírita é um farol que
ilumina e consola muitas almas em aflição, restaurando-lhes a fé e a
alegria de viver. Só este motivo é suficiente para que trabalhemos mais.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.
20, item 5, o Espírito da Verdade ressalta: “Ditosos serão os homens
que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro
motivo, senão a caridade”. Trabalhar em favor dos necessitados, sem a
preocupação de receber qualquer recompensa, é um ato de grandeza e
desprendimento espiritual. Poucos são os que trabalham somente pelo prazer de servir.
O que será da Doutrina Espírita, se os
espíritas não a divulgarem? O que será da mediunidade, se os médiuns não
permitirem que os espíritos se comuniquem por seu intermédio?
O verdadeiro espírita tem Jesus como
modelo e inspiração; para ele, a evolução é um processo contínuo; diante
das pessoas difíceis, é paciente; ao ser caluniado, trabalha mais;
diante das ofensas, perdoa setenta vezes sete vezes; e quando chamado a
dar testemunho de sua fé, exemplifica.
Em qualquer situação em que nos encontremos, devemos nos lembrar do ensino do Mestre: “Brilhe a vossa luz!”.
Autor: Geraldo Ribeiro da Silva
(Grupo Espírita “Batuíra” – SP)
Jornal da Mediunidade – Informativo (meses de Setembro e Outubro), nº 19 – Uberaba – Minas Gerais / 2009.
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