
“Quero pois que os homens orem em todo lugar levantando mãos santas sem ira nem contendas”. Timóteo 1;8
A palavra tentação vem do latim tentatio, onis que etimologicamente significa instigar, induzir, influenciar.
Somos
criaturas facilmente influenciáveis e a prova inconteste é o crescente
número de ocorrências positivas e negativas que nos envolvemos num
período relativamente curto no espaço-tempo.
Até o
presente momento as vozes do mundo espiritual vem realizando um esforço
hercúleo a fim de que despertemos para a verdadeira vida, que é a vida
espiritual, porém, o sono da ilusão ainda mantém-nos induzidos às
manobras lentas e desprovidas de iluminação interior.
Mergulhados
num sono profundo e alheios a nossa responsabilidade com a vida
espiritual iniciamos os primeiros movimentos para o despertar do
espírito, todavia, a tentação de permanecermos na ilusão ainda nos
ensombrece a razão.
O gosto pelo
domínio das ideias e instituições, pelo poder, pelos prazeres efêmeros,
fazem com que permaneçamos em estado de hipnose e inutilidade.
A busca pela verdade deveria ser o objetivo real e intransferível das nossas existências na matéria densa.
Pela
tradição do Judaísmo, Malaquias foi o último dos Profetas do Antigo
Testamento a anunciar a vinda do Cristo e as verdades esquecidas e
restabelecidas para época. Malaquias foi o profeta que após o exílio do
povo Judeu na Babilônia teve a tarefa de avivar os ensinamentos
transcendentes ao povo hebreu . Após o seu silêncio os seres
espirituais, na sequência, emudeceram profundamente.
Por
quatrocentos anos não se ouviram mais as vozes do “céu”, entretanto, os
habitantes das regiões celestes, responsáveis pelo nosso adiantamento e
evolução espiritual, permaneceram no trabalho silenciosos.
Os operário
divinos, responsáveis pelo destinos da Terra, enviaram para o orbe
alguns personagens grandiosos na área da filosofia, a saber, Sócrates,
Platão, Aristóteles; artesãos da beleza como Horácio, Virgílio e
estrategistas militares como , Anibal, Alexandre , Júlio Cesar, dentre
outros homens, com os objetivos específicos de solavancos psíquicos e
progresso social, político, econômico, filosófico, artísticos na Terra.
Todos os
enviados citados acima foram falíveis como todo ser humano o é, porém,
se contribuíram para alguns avanços ao mesmo tempo escreveram dores e
sofrimento nas suas trajetórias.
Entretanto,
de repente o silêncio do mundo espiritual é rompido e as vozes
inexplicáveis retornam ao mundo físico através de João, o Batista,
notório pelo símbolismo da voz do que clama no deserto. O filho de
Isabel anuncia a presença apoteótica do Cristo entre nós. Os panoramas
sócio-culturais e espirituais ganham outra dimensão, outro colorido,
outra Vida. Novas esperanças.
O pensamento religioso sofre um abalo, não obstante as transformações do ser continuem morosas, lentas.
Com Jesus
iniciamos uma Nova Era de emancipação espiritual, ou seja, a transição
entre a ignorância e a sabedoria espiritual. Suas pregações, seus
exemplos nos impulsionaram para o pensamento de um novo paradigma, que
lançado silenciosamente, levaram-nos a entender que há um mundo
espiritual à nossa volta com qual mantemos contato ,ou seja, somos
influenciados, induzidos, seduzidos, instigados e constrangidos.
O espírita,
médico neurologista e neurocirurgião Nubor Facure elucida reflexões
oportunas na sua recente obra intitulada Metaneurologia ao proferir que
“há outras expressões de vida e energia para os quais ainda não temos
instrumentos para registrar a presença. (…) A evolução fundamental é a
evolução da Alma que repercute e altera a evolução biológica. (…) Há
muito mais experiências ao nível psíquico do que na dimensão material.
(…) O corpo espiritual é o que contém nossa história filogenética em
toda a sua pujança”. [2]
Somos seres
que vivemos múltiplas existências e no Universo há várias moradas.
Nossas crenças e convicções dantes inflexíveis hoje carecem de revisões.
Os ancestrais julgamentos sobre a vida terrena e a pujante realidade
espiritual carecem ainda de apuradas cogitações coerentes. As crenças
autocráticas e monolíticas haverão de desaparecer. A tentação de
conservarmos inertes nos braços de Morfeu tem que ser vencida, porém,
conforme orienta sobre a concórdia, o “Convertido de Damasco” adverte
ao discípulo Timóteo: “Quero pois que os homens orem em todo lugar,
levantando mãos santas sem ira e sem contenda”. [3]
É imperioso
lembrar que “As grandes vozes do céu ressoam como o toque da trombeta, e
os coros dos anjos se reúnem. Homens, nós vos convidamos ao divino
concerto: que vossas mãos tomem a lira, que vossas vozes se unam, e, num
hino sagrado, se estendam e vibrem, de um extremo do Universo ao
outro.[4]
Somos
colaboradores do Cristo e nossas vozes precisam entoar o cântico da
Terceira Revelação ao mundo nas expressões arrebatadoras da verdade, do
consolo e da instrução oriunda do mundo espiritual , amparadas na
concordância e universalidade dos ensinos dos espíritos.
Deterioremos
as vaidades, debelemos as injúrias, silenciemos as blasfêmias, afinal,
Jesus nos solicita mãos que servem ao bem e vozes que anunciam
verdades imortais , jamais iras e contendas entre nós.
Autora: Jane Maiolo
Publicado no dia: 07 de janeiro de 2017
Referências Bibliográficas:
1-Timoteo 1;8
2-Facure, Nubor Orlando-Metaneurologia – Há um “cérebro” além do cérebro /- Londrina, PR: EVOC, 2016. 63 p.
3-Timóteo-1;8
4- KARDEC, Allan Kardec. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 3ª edição .FEB. Rio de Janeiro, 2007.
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