
Além
dos abortos espontâneos, motivados em débitos cármicos do casal, que se
associam às dívidas e desarmonias do Espírito reencarnante, outros
fatores podem ser causa de aborto não provocado por interferência
material.
Uma
das causas que devem ser mencionadas é a relacionada à própria entidade
reencarnante. Como nós, seres viventes do planeta Terra, temos muitas
vezes o temor à morte, os Espíritos, em muitas circunstâncias, temem
abandonar uma situação que se lhes afigura estável, para mergulhar
novamente na matéria, aprisionando ou anestesiando suas conquistas do
passado. Em outras palavras, medo de nascer.
Espíritos
que necessitam renascer com severas limitações físicas, frutos de
alterações expressivas em sua constituição perispiritual, atemorizam-se
ante uma perspectiva que custam a aceitar Apesar de todo o trabalho dos
mentores espirituais esclarecendo que a exteriorização deformante do
corpo físico facilita a eliminação das anomalias em nível perispiritual,
desde que acompanhada de uma postura mental saudável, os receios e as
reações muitas vezes ocorrem.
Outros,
embora nada tenham a temer com relação a deformidades físicas, travam
intensa luta íntima, um conflito entre a razão que os faz renascer
naquele lar e o sentimento de antipatia com relação a alguns dos seus
membros.
Como
sabemos, a ligação familiar freqüentemente é o palco dos reajustes do
passado. Vínculos pretéritos de desafetos que necessitam se perdoar,
encontram na "anestesia" do pretérito a condição predisponente para a
"cirurgia" psíquica que eliminará o "abscesso" do ódio.
Embora
ocorram reencarnações compulsórias, necessárias para aqueles cujo
primitivismo psíquico não permite a participação na escolha de suas
provas ou expiações, na nova romagem física, normalmente o
livre-arbítrio é preservado. Todos nós, seres humanos, temos a
possibilidade de escolher, acertar ou errar, avançar ou recuar. A
liberdade que já conquistamos nas milhares de encarnações faculta-nos o
ensejo de decidir. Decidir, porém arcando com o peso das conseqüências.
Há
Espíritos que se posicionam mentalmente de forma reiterada na recusa
psíquica a reencarnar. Acentuam esta posição à medida que se sentem
retidos na malha fluídico-energética materna. Nos casos onde a
dificuldade anterior de relacionamento era justamente com a mãe, a
interpenetração energética entre ambos pode exacerbar a predisposição
contrária ao renascimento. Acordam velhas emoções que dormiam embaladas
pela canção do esquecimento.
Laços
fluídicos que prendiam as emanações energéticas do perispírito da
entidade reencarnante ao perispírito materno ou, já unidas, ao chacra
genésico da futura mãe podem romper-se. Nos casos em que a gestação já
se fazia em curso, e o fluido vital do embrião em desenvolvimento se
fundia com o corpo espiritual em processo de miniaturização, a súbita e
intensa revolta do Espírito pode determinar a ruptura definitiva das
ligações, deixando o futuro feto sem o Espírito. Inviabiliza-se a
gestação por falta do modelo organizador biológico.
Ocorre
o processo do aborto tido como espontâneo, porém, na realidade,
provocado pela recusa sistemática, enérgica e imatura do Espírito. Perde
ele, assim, uma grande oportunidade para superar-se a si mesmo e
avançar celeremente rumo à felicidade.
Autor: Ricardo di Bernardi. Revista Reformador, dez. 1992.
Publicado pelo site: http://ceacs.wordpress.com ( Centro Espírita Amor e Caridade Santarritense) – 06/06/2014
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