O Espiritismo aceita Jesus?
Não só aceita, como estuda os seus
ensinamentos e tenta colocá-los em prática. A base moral do Espiritismo
é a mesma moral do Cristo. Consideramos Jesus o nosso Mestre, aquele
que nos orienta os passos desde o princípio.
Nossa fé, porém, não é mística, mas
racional. Não O adoramos, porque somente Deus é nosso Pai. Mas O
respeitamos como nosso irmão mais velho, mais sábio e mais bondoso.
Ele é o caminho, a porta pela qual
chegaremos até Deus. Suas lições e seus exemplos são paradigmas que
procuramos entender e copiar.
A Boa Nova de dois mil anos atrás
continua sendo nova para nós, que ainda não conseguimos alcançar
completamente o significado da Palavra Divina transmitida pelo Meigo
Rabi.
Religiões disputaram o domínio do
Evangelho, mas enganadamente, porquanto ele a ninguém pertence. É de
todos nós, que o compreenderemos e vivenciaremos consoante o nosso
amadurecimento individual. É como a luz, cuja intensidade aumenta para
nós na medida em que dela nos aproximamos.
O Espiritismo não nasceu de nenhum cisma
religioso, mas da análise dos fatos que apontavam para a existência de
um mundo espiritual intimamente ligado com o mundo físico, ambos
submetidos à mesma Lei Natural. Não veio para disputar adeptos e nem
para os que estão satisfeitos com suas crenças, mas, sem coações de
qualquer espécie, apresenta aos insatisfeitos, incrédulos e
materialistas uma outra maneira de encarar a vida.
Allan Kardec, o Codificador da Doutrina
Espírita, preocupou-se em adotar a moral cristã, pois sem esta o
pensamento científico e filosófico é instrumento de destruição e não de
progresso.
As matérias contidas nos Evangelhos estão divididas em cinco partes:
- Os atos comuns da vida do Cristo.
- Os milagres.
- As profecias.
- As palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas da Igreja.
- O ensino moral.
As quatro primeiras sempre foram motivos
de discórdias, mas o ensino moral permanece sem grandes ataques.
Nenhuma religião cristã duvida que tenha Jesus nos falado das
bem-aventuranças, poema de consolação aos aflitos e desesperados;
pregado o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si
mesmo; recomendado o perdão das ofensas setenta vezes sete vezes;
alertado que para o ingresso nas regiões sublimes é necessário ter puro o
coração; fazer o bem sem ostentação e desinteressadamente.
O Espiritismo dá às palavras de Jesus,
que costumava falar às pessoas por parábolas, a explicação que mais lhe
parece consentânea com o todo evangélico, atendo-se mais ao espírito,
que vivifica, do que à palavra, que mata, procurando torná-lo
compreensivo ao nosso entendimento.
O Evangelho do Cristo, para nós
espíritas, deve ser mais que uma fórmula a ser recitada e repetida, mas
uma regra de conduta a orientar o relacionamento das criaturas para o
Bem, o caminho infalível para a felicidade.
Autor: Donizete Pinheiro
Livro: Respostas Espíritas – Edições Sonia Maria – 1ª Edição – Capítulo: 08 – São Paulo – 1997
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