Estou grávida. No entanto, não quero este filho e pretendo abortá-lo. O que o Espiritismo acha disso?
A vida corporal é bendita oportunidade concedida por Deus para o engrandecimento da alma.
Ao contrário do que muitos imaginam, desde a concepção o espírito reencarnante já se encontra vinculado ao corpo em formação e, em especial, à mãe. As informações espíritas nesse sentido foram corroboradas por psiquiatras e psicológicos, nas experiências de regressão da memória, mediante indução ou hipnose, pelas quais diversas pessoas deram relatos da vida intra-uterina, destacando-se o trabalho feito pela Drª Welen Wambach, psicóloga americana, publicado no livro “Life Before Life”, ou “Vida Antes da Vida”.
Estabelecida a gravidez, querendo-a ou não, assume a mulher a sagrada condição de depositária de uma vida, da qual não poderá dispor, sob pena de graves consequências, a serem reparadas de imediato ou num futuro próximo ou remoto. Aliás, não temos o direito de dispor nem mesmo das nossas próprias vidas, sendo o suicídio igualmente considerado violação das Leis de Deus.
Complicações de parto, causando a morte da mulher ou a extração do útero; impossibilidade física de engravidar ou gestação difícil; e cânceres ginecológicos são algumas das consequências desastrosas para a mãe abortista, ainda nesta encarnação ou em encarnações vindouras. E todos aqueles que de alguma forma concorreram conscientemente para o aborto também sofrerão os reveses do ato insano, seja na companhia da mulher que enjeitou a criança ou isoladamente.
Quanto ao espírito cuja reencarnação foi interrompida, se for compreensivo, aguardará uma nova oportunidade; mas se rebelde, poderá revoltar-se contra aqueles que lhe impediram o nascimento, iniciando um processo de perseguição espiritual, que se denomina obsessão, o qual poderá gerar desequilíbrios mentais e enfermidades variadas e complexas.
Nada acontece por acaso na Lei Divina. Na maioria das vezes, o espírito reencarnante tem com os pais, ou só com a mãe, laços espirituais de outras vidas, de amizade ou inimizade, constituindo a nova vida concessão do Criador para o amparo mútuo ou necessário reajuste.
O aborto, assim, ressalvada a hipótese de perigo para a vida da mulher, será sempre considerado grave crime perante as Leis de Deus, convertendo-se em motivo de grandes dores aos infratores, mesmo que a legislação humana, ainda muito ajustada aos interesses egoísticos do homem, a torne lícita.
Autor: Donizete Pinheiro
Livro: Respostas Espíritas – Edições Sonia Maria – 1ª Edição – Capítulo: 09 – São Paulo – 1997
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