
Dentre as muitas revelações trazidas pelo Espiritismo, a existência
de um mundo dos Espíritos, merece de nossa parte um maior destaque.
O mundo das inteligências incorpóreas, apesar de interpenetrar-se com
o nosso (físico), é um mundo à parte. É vida em outra dimensão,
caracterizada por organização e constituição diferente de tudo o que
conhecemos por aqui.
Constitui-se na morada ou pousada dos Espíritos, formando colônias ou
comunidades de transição, onde se reúnem de forma homogênea baseados em
laços de afinidade. Afinidade caracterizada pela elevação moral dos
elementos ali vinculados.
Através das informações obtidas via mediúnica, notamos a existência
de várias esferas de vida no Mundo Maior, cada uma com sua vibração
característica, formando assim mundos diferenciados em muitas faixas de
elevação.
Alguns autores classificam várias delas denominando-as como:
Abismo: Região de grandes sofrimentos, devido à recalcitrância no violar as Leis Divinas.
No livro “Memórias de um Suicida”, recebido mediunicamente por Ivone
do Amaral Pereira, o Espírito comunicante dá uma idéia do que seja esta
região, e dos padecimentos pelos quais passou, devido à escolha que fez,
usando o livre-arbítrio no sentido do suicídio.
Trevas: Esta é uma região do plano espiritual que, como o próprio nome diz, é desprovida de qualquer luminosidade.
Os Espíritos vinculados a ela acham-se envolvidos por vibrações
malignas, e normalmente fazem o mal por prazer. O ponto que o diferencia
do abismo, muitas vezes não percebemos, mas como acreditamos que o grau
de culpa está diretamente ligado ao grau de conhecimento e de
insistência no erro, acreditamos que no abismo encontram-se Espíritos
mais capazes, e por isso mais culpados.
Como citação bibliográfica, o livro “Libertação”, de André Luiz, mostra vários lances desta esfera.
Crosta Terrestre: A Terra é um mundo ainda inferior habitado por
Espíritos inferiores. Muitos desses Espíritos, quando desencarnados,
ficam ligados ao planeta em busca da satisfação de seus vícios e
apetites mais grosseiros, formando assim em volta do nosso orbe uma
esfera espiritual caracterizada por vibrações altamente deletérias.
O livro “Nas fronteiras da Loucura”, ditado pelo Espírito Manoel
Philomeno de Miranda, narra episódios passados durante o período de
carnaval, nos dando uma clara idéia dos acontecimentos espirituais que
envolvem nossa Terra, nesta ocasião.
Umbral: “É uma região espiritual que começa na crosta terrestre, na
qual se concentra tudo o que não tenha finalidade para a vida superior. É
região de esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de zona
purgatorial, onde se queima a prestações o material deteriorado das
ilusões que a criatura adquiriu por atacado, menosprezando o sublime
ensejo de uma existência terrena.”
No livro “Nosso Lar”, ditado mediunicamente por André Luiz, Lísias faz a seguinte afirmativa sobre o umbral:
Há legiões compactas de almas irresolutas e ignorantes, que não são
suficientemente perversas para serem enviadas a colônias de reparação
mais dolorosa, nem bastante nobres para serem conduzidas a planos de
elevação.
É, portanto, uma região semi-trevosa habitada por Espíritos
revoltados de toda espécie e envoltos por tendências e desejos
inferiores.
Zonas de Transição: São colônias Espirituais muitas vezes situadas no
próprio Umbral. Funcionam como verdadeiros oásis nos desertos.
Espíritos ainda vinculados a problemas conscienciais, mas já dignos de
merecimentos são atendidos nestas colônias buscando refazimento com
vistas ao reajuste que se faz necessário.
Nosso Lar, é uma destas colônias, e é muito bem descrita na obra de
André Luiz, não só no livro de mesmo título, mas em toda série que o
segue.
Devido à importância desta colônia para o melhor entendimento do que
seja a vida no plano espiritual, citaremos parte do estudo feito pelos
Espíritos André Luiz e Lúcius, no livro “Cidade no Além”.
A cidade espiritual Nosso Lar, segundo informação de André Luiz, foi
fundada por portugueses desencarnados no Brasil, no século XVI. Está
localizada sobre o estado do Rio de Janeiro, entre as cidades do Rio de
Janeiro, Campos e Itaperuna.
Na época em que nosso Amigo Espiritual nos brindou com esta magnífica
obra, a cidade contava com cerca de um milhão de habitantes.
Sua administração é feita pela Governadoria, órgão central, e está
assessorada por seis ministérios, a saber: Ministério da Regeneração, do
Auxílio, da Comunicação, do Esclarecimento, da Elevação e da União
Divina, que atuam nas áreas definidas pelo próprio nome, sendo cada
Ministério dirigido por doze ministros.
Os trabalhadores de Nosso Lar moram sempre perto de seu trabalho, de
tal forma que quando um trabalhador é transferido de ministério, é
também transferido de residência.
Como se trata de uma colônia espiritual, a justiça se manifesta em
maior intensidade. Veja a questão da moeda. O bônus-hora é como se fosse
a moeda de Nosso Lar. Para cada hora trabalhada, o trabalhador recebe
um bônus, e é com o acúmulo de bônus que os bens são adquiridos.
Poderíamos aqui enumerar muitas outras características desta colônia,
mas o mais importante é sabermos que, do outro lado da vida, não existe
a ociosidade para aqueles que querem evoluir, que há uma hierarquia
espiritual que pela afinidade somos atraídos, e que, acima de tudo, a
vida continua.
Esferas Superiores: São regiões espirituais caracterizadas pela
felicidade e pelo trabalho em favor do próximo. Como conseqüência, estas
regiões são habitadas por Espíritos de grande elevação moral, ou seja,
os bons Espíritos e os Espíritos Superiores.
André Luiz em suas obras, muitas vezes fala de Espíritos destas
regiões, que foram visitar Nosso Lar, mas para que tal fato ocorresse,
tiveram que adensar o perispírito.
Esferas Resplandecentes: Regiões espirituais onde imperam a bondade, a
confiança e a felicidade verdadeira. No livro “Renúncia”, ditado pelo
Espírito Emmanuel ao médium Francisco Cândido Xavier (FEB), assim é
descrita a paragem espiritual a que estava vinculado o Espírito Alcione:
Pouco depois, ei-la que aporta em portentosa esfera, inconfundível em
magnificência e grandeza. O espetáculo maravilhoso de suas perspectivas
excedia a tudo que pudesse caracterizar a beleza, no sentido humano. A
sagrada visão do conjunto permanecia muito além da famosa cidade dos
santos, idealizada pelos pensadores do Cristianismo. Três Sóis
rutilantes despejavam no solo arminhoso oceanos de luz mirífica, em
cambiâncias inéditas, como lampadários celestes acesos para edênico
festim de gênios imortais. Primorosas construções, engalanadas de flores
indescritíveis, tomavam a forma de castelos talhados em filigrana
dourada, com irradiações de efeitos policromos. Seres alados iam e
vinham, obedecendo a objetivos santificados, num trabalho de natureza
superior, inacessível à compreensão dos terrícolas.
Conclusão
O ensino dos Espíritos sobre a vida de além-túmulo faz-nos saber que
no espaço não há lugar algum destinado à contemplação estéril, à
beatitude ociosa. Todas as regiões do espaço estão povoadas por
Espíritos laboriosos. Por toda parte, bandos, enxames de almas sobem,
descem, agitam-se no meio da luz ou na região das trevas.
Em certos pontos, vê-se grande número de ouvintes recebendo
instruções de Espíritos adiantados; em outros, formam-se grupos para
festejarem os recém-vindos. Aqui Espíritos combinam os fluidos,
infundem-lhes mil formas, milcoloridos maravilhosos, preparam-nos para
os delicados fins a que foram destinados pelos Espíritos superiores; ali
ajuntamentos sombrios, perturbados, reúnem-se ao redor dos globos e os
acompanham em suas revoluções, influindo, assim, inconscientemente,
sobre os elementos atmosféricos.
Espíritos luminosos mais velozes que o relâmpago, rompem essas massas
para levarem socorro e consolação aos desgraçados que os imploram. Cada
um tem o seu papel e concorre para a grande obra, na medida de seu
mérito e de seu adiantamento. O Universo inteiro evolui. Como os mundos,
os Espíritos prosseguem seu curso eterno, arrastados para um estado
superior, entregues a ocupações diversas. Progressos a realizar, ciência
a adquirir, dor a sufocar, remorsos a aclamar, amor, expiação,
devotamento, sacrifício, todas essas coisas os estimulam, os aguilhoam,
os precipitam na obra; e, nessa imensidade sem limites, reinam
incessantemente o movimento e a vida. A imobilidade e a inação é o
retrocesso. É a morte. Sob o impulso da Grande Lei, seres e mundos,
almas e sóis, tudo gravita e move-se na órbita gigantesca traçada pela
vontade divina.
Livro: Apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro Espírita Amor e Caridade – Goiânia – GO – 1997
Site: www.autoresespiritasclassicos.com
Centro Espírita Amor e Caridade – Goiânia – GO – 1997
Site: www.autoresespiritasclassicos.com
Livros Pesquisados:
“O Reformador”, Agosto de 1996, artigo de Gil Restani de Andrade.
“Nosso Lar”, Pelo Espírito André Luiz, Psicografia de Chico Xavier – cap. 12.
“Renúncia”, pág.: 25 e 26.
“O Reformador”, Agosto de 1996, artigo de Gil Restani de Andrade.
“Nosso Lar”, Pelo Espírito André Luiz, Psicografia de Chico Xavier – cap. 12.
“Renúncia”, pág.: 25 e 26.
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