A reencarnação acha-se claramente
expressa nos textos sagrados. Muitas são as passagens do Velho e Novo
Testamentos que nos servem para elucidar tal afirmativa.
Podemos ainda dividi-las em
partes que nos mostrem seu caráter provacional, evolutivo, missionário e, acima
de tudo, como Lei Divina.
A seguir analisamos algumas passagens:
Os teus mortos viverão, os teus
mortos ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu
orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos.
(Isaías, 26: 19)
Está clara nesta passagem a
afirmativa reencarnatória, e como Lei, muito bem definida.
A crença nos renascimentos era
vista entre os judeus sob o nome de ressurreição. Por isso o Profeta usa este termo, mas no
fundo quer dizer a mesma coisa, ou para ser mais preciso, no seu sentido de
renovação para uma nova vida, logo, a ressurreição é um objetivo da
reencarnação.
Isaías diz que os mortos viverão,
isto não pode ser entendido como viverão após a vida terrena, porque senão ele
diria: ainda vivem. O termo viverão quer dizer tornar a viver; e para
completar, e a terra lançará de si os mortos, nos dá claramente a idéia de
voltar ao corpo de carne.
E havia entre os fariseus um
homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. Este foi ter de noite com Jesus,
e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és
Mestre vindo de Deus; porque
ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se
Deus não for com ele.
Jesus respondeu, e disse-lhe: Na
verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o
reino de Deus.
Disse-lhe Nicodemos: Como pode um
homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua
mãe, e nascer?
Jesus respondeu: Na verdade, na
verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode
entrar no reino de Deus.
O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do
Espírito é espírito.
Não te maravilhes de te ter dito:
Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz,
mas não sabe donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do
Espírito.
Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode ser isso?
Jesus respondeu, e disse-lhe: Tu
és mestre em Israel, e não sabes isto? (…) (João, 3: 1 a 10)
Esta é a passagem clássica em que
o texto evangélico mostra a reencarnação com o objetivo de chegar à perfeição;
aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus.
Jesus não podia ser mais claro no
sentido de afirmar a necessidade reencarnatória. E diante da ignorância de Nicodemos, Ele
explica: nascer da água e do Espírito (…)
A água sempre foi tida como o
início da vida. Na Cabala hebraica, a água era a matéria primordial; o elemento
frutificador.
Na Gênese mosaica, o autor diz
que no princípio, o Espírito de Deus se movia sobre as águas. (Gênesis, 1: 2)
E este ensinamento é também dado
por Emmanuel:
O protoplasma foi o embrião de
todas as organizações do globo terrestre (…) Os primeiros habitantes da Terra,
no plano material, são as células albuminóides, as amebas e todas as
organizações unicelulares, isoladas e livres, que se multiplicam
prodigiosamente na temperatura tépida dos oceanos.
Os modernos conhecimentos
científicos atestam que as primeiras formas de vida, desde a concepção, se
fazem no ambiente aquoso, seja a própria constituição do gameta feminino como o
masculino, de cuja fusão (água) nasce o novo corpo, que adquirindo
personalidade diversa da que possuía antes (espírito), recomeça o cadinho
purificador, expungindo males e sublimando experiências para entrar no reino do
Céus.
Logo, nascer da água, significa
reencarnar, e nascer do Espírito, é renovar, melhorar, evoluir.
E é por isso, já ser conhecido
dos judeus daquela época, que Jesus diz: Tu és mestre em Israel, e não sabes
isto?
E passando Jesus, viu um homem
cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem
pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?
Jesus respondeu: Nem ele pecou
nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.
(João, 9: 1 a
3)
Os discípulos de Jesus também já
criam na pluralidade das existências, se assim não fosse, não fariam tal
pergunta: quem pecou, estes ou seus pais. Jesus mostra que este não era um caso
de pecado (expiação), mas de missão: foi assim para que se manifeste nele as
obras de Deus. Se para Jesus a reencarnação não fosse uma realidade, teria dito
aos seus discípulos claramente ali naquele instante, mas não foi isso que Ele
fez, muito pelo contrário, achou o Mestre naquele instante, oportunidade para
nos ensinar sobre um outro tipo de reencarnação. Trata de uma reencarnação em
bases de cooperação. Quando não temos mais nada a expiar podemos trabalhar como
servidores do Senhor, e pedirmos a oportunidade de uma reencarnação com o
objetivo de cooperarmos com a aplicação da lei divina. Além de ter sido
educativo para aquele que vestiu-se de cego, deu a oportunidade que Jesus
operasse a cura, e nos deixasse mais um valioso ensinamento.
E os seus discípulos o
interrogaram, dizendo: Por que dizem então os escribas que é mister que Elias
venha primeiro?
E Jesus, respondendo, disse-lhes:
Em verdade Elias
virá primeiro, e restaurará todas as coisas; mas digo que Elias já veio, e não
o conheceram, mas fizeram lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também
padecer o Filho do homem.
Então entenderam os discípulos
que lhes falara de João Batista. (Mateus, 17: 10 a 13)
Nesta passagem fica claro que
João Batista era Elias reencarnado. João era um Espírito de alta envergadura.
Vinha com a missão de ser o revelador do Mestre, aquele que iria fazer a passagem
da revelação de Justiça para a revelação do Amor.
Mas existe também em seu processo
reencarnatório um caráter expiatório.
Considerando a severidade com que
Elias tratara os adoradores do deus Baal, mandando-os passar a fio de espada,
pela espada padeceu, ao impositivo das paixões de Herodíades e do terrível medo
do reizete Herodes.
Muitas outras alusões à lei da
reencarnação são feitas nos textos bíblicos, mas cremos que somente estas já se
prestam ao objetivo deste trabalho.
Livro: Apostila do Curso de Espiritismo e
Evangelho
Centro
Espírita Amor e Caridade - Goiânia – GO - 1997
Livros Pesquisados:
“Cristianismo e
Espiritismo”.
“A Caminho da Luz”,
cap. II.
“Estudos Espíritas”,
cap. 8.
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