Diante do mundo atual, em que as idéias generosas e altruístas, de
compreensão, de abnegação e de amor ao próximo vicejam ao lado de outras
em que predomina o mal, resultantes do egoísmo, do orgulho e da
indiferença pelo semelhante, gerando crimes, costumes aviltantes,
incredulidade e materialismos degradantes, assim como as guerras e
incompreensões entre povos e nações, será possível antever um futuro
melhor para a Humanidade?
Na realidade, sem as luzes da Nova Revelação, oferecida aos homens pelos Espíritos Superiores, em cumprimento à promessa do Cristo de pedir ao Pai o envio de outro Consolador para permanecer entre os homens, relembrando seus ensinos e trazendo novos conhecimentos, tornar-se difícil prever o que acontecerá aos habitantes da Terra nos próximos séculos e milênios.
Na realidade, sem as luzes da Nova Revelação, oferecida aos homens pelos Espíritos Superiores, em cumprimento à promessa do Cristo de pedir ao Pai o envio de outro Consolador para permanecer entre os homens, relembrando seus ensinos e trazendo novos conhecimentos, tornar-se difícil prever o que acontecerá aos habitantes da Terra nos próximos séculos e milênios.
Em outras palavras, prevalecerá a degradação moral de grande parte da
população humana, com a indiferença pelo bem, representado pelo amor a
Deus e aos semelhantes, na síntese ensinada por Jesus, ou continuará a
maioria da população terrena a viver nos desvios escolhidos pelas ações
individuais e coletivas, vivenciando o mal, no passado e no presente?
Quais serão as linhas gerais da vida em um mundo classificado como
destinado a expiações e provas para seus habitantes? Terá ele sempre a
mesma destinação?
Tais indagações são de difíceis respostas para quaisquer pensadores
independentes, ou seguidores das filosofias, ciências e religiões
existentes neste mundo, não fosse a presença da Doutrina Consoladora.
Somente o Espiritismo, com as revelações trazidas pela
Espiritualidade Superior, a serviço do Governador Espiritual deste
planeta, tornou possível compreender que as leis justas e perfeitas de
Deus, o Criador do Universo, não permitem que se eternize o mal, que é
tão somente uma opção temporária das criaturas dotadas de inteligência,
vontade e liberdade, as quais respondem, consequentemente, por sua
escolha de um caminho errado.
As divinas leis de justiça e de progresso, entre as demais
determinações do Criador, atuam automaticamente em todo o Universo,
ensejando conjugar-se o livre-arbítrio e a vontade, tanto dos indivíduos
quanto das coletividades, com a responsabilidade decorrente da boa ou
má escolha das ações.
Como a vida se desdobra pela eternidade, sempre é tempo para o
arrependimento, para o esclarecimento, para as retificações e a retomada
do caminho correto da verdade e da vida.
Conjugadas com a lei das reencarnações, aquelas normas de justiça e
de evolução corrigem todos os desvios das criaturas, por mais rebeldes
que sejam.
Compreendidas em toda a sua extensão, as Revelações Superiores e suas
consequências retificam muitas crenças e hipóteses cultivadas pela
Humanidade durante milênios, tais como a existência de seres
perpetuamente devotados ao mal, denominados demônios, diabos, belzebus,
bem como o inferno de sofrimentos sem-fim, ou o céu alcançado pelas
almas boas logo após a morte do corpo.
Os Espíritos Superiores, a serviço do Cristo, ajudaram também os
homens no entendimento e na interpretação corretos de diversas passagens
contidas no Velho e no Novo Testamento, possibilitando o cultivo de uma
fé firme, associada à razão esclarecida pela realidade.
É a verdade que se torna evidente na sua ação transformadora,
vencendo as dificuldades de toda ordem, criadas pelos homens, pelas
religiões e até pelas ciências.
Surge então uma concepção muito mais elevada de Deus, de sua
unicidade, sabedoria, bondade e justiça, e de uma inteligência suprema,
como Criador do Universo infinito.
Em um mundo ainda atrasado, como o nosso, mas que já foi beneficiado
pela revelação de aspectos da verdade, antes desconhecidos, todas as
imperfeições acima referidas são transitórias, devendo ser revertidas
pelas próprias leis naturais, ainda ignoradas pela maior parcela da sua
população.
Mas não há dúvida de que, embora lentamente, sempre surge nos mundos
atrasados uma nova consciência de que é necessária a predominância do
bem sobre o mal, como decorrência natural das leis divinas.
Por isso é que vivem neles criaturas inteiramente inclinadas ao mal,
ao lado de outras que já possuem a consciência de uma solidariedade
capaz de se opor às imperfeições mais comuns, aos variados crimes, aos
monopólios e exclusivismos de toda sorte, que se tornam indiferentes às
carências alheias.
Pouco a pouco modificam-se os fenômenos sociais do passado por outros, nos quais pode ser observado algum progresso.
A simples comparação entre dois períodos históricos demonstra os
avanços alcançados e a melhoria das condições de vida das nações, países
e continentes.
Exemplo de fácil entendimento: a abolição da escravatura humana,
existente desde tempos antiqüíssimos e terminada definitivamente no seu
último reduto no Brasil, no final do século XIX.
Aqueles que se conscientizaram de que a evolução e o progresso não
podem ser obstruídos em caráter definitivo, já tiveram a confirmação,
pela Espiritualidade Superior, de que a Terra deixará de ser um mundo
qualificado como de expiações e provas, para se transformar em mundo de regeneração.
Mas os Instrutores não informaram a data ou a previsão de quando
ocorrerá essa transformação, que será uma evolução, um progresso
considerável para os futuros habitantes deste planeta.
Recordemos que o Cristo, ao prometer enviar outro Consolador, para
ficar sempre com os homens, também não se referiu à época ou à data em
que sua promessa seria cumprida.
Sabia Ele das dificuldades e das incompreensões pelas quais passaria a
Humanidade, durante muitos séculos, em que os representantes do poder
temporal – reis, príncipes e potentados – se uniriam aos religiosos de
um Cristianismo adulterado para imporem suas ideias e interesses.
Nesse longo período em que, à noite de mil anos, da Idade Medieval,
surgiram-se mais três séculos de absolutismo e imposições, até que a
Revolução Francesa pusesse fim aos abusos dos poderosos, nenhuma ideia
nova teria êxito, desde que contrariasse os poderes estabelecidos.
Muitos idealistas, que aspiravam a melhores dias para as populações,
terminaram suas pregações e suas vidas nas fogueiras da Inquisição ou
nas prisões dos poderosos.
A queda da Bastilha, na França, é um símbolo do fim de um triste
período da história humana, quando então a promessa do Cristo se
cumpriu, com a vinda do Consolador em meados do século XIX.
Podemos então perceber que as transformações, úteis e necessárias,
não se sujeitam a datas certas e predeterminadas, como o fazem os
homens.
Elas dependem, muitas vezes, da melhoria dos próprios beneficiários,
sem prejuízo das previsões da Espiritualidade Superior, que dispõe não
só de conhecimentos, mas também de providências especiais e
complementares para a efetivação dos desígnios do Criador e do
Governador Espiritual do globo terrestre.
Diante dessa realidade, os Espíritos reveladores previram a
transformação do nosso mundo para uma melhor condição, informaram também
que os habitantes da Terra, que persistirem nas inferioridades,
incompatíveis com a nova fase evolutiva, serão transferidos para mundos
inferiores.
Vale sempre relembrar que a presença da Doutrina Consoladora, o
Espiritismo, entre os homens, por enquanto conhecida por uma minoria da
população, necessita ser divulgada em todo o mundo, porque ela
representa o conhecimento da verdade e da vida, o encontro com a
realidade e o estímulo para o desenvolvimento dos sentimentos nobres e a
aquisição dos conhecimentos úteis.
Sua divulgação torna-se uma responsabilidade de todos que se
beneficiam com os seus ensinos, para que ela se transforme em
orientação, não de uma minoria, mas da grande maioria da Humanidade.
Quando a Doutrina Espírita for aceita pelas massas humanas, não mais
ocorrerá a oposição que as ideias novas encontram em grande parte da
população.
No caso do Espiritismo, ocorre o mesmo que aconteceu com as grandes descobertas que beneficiaram a Humanidade.
A maior oposição às verdades da Novel Doutrina surge dos adeptos das
religiões tradicionais e consolidadas, e de pensadores e cientistas que
só se interessam pelas ideias que cultivam e pelos conhecimentos que
têm, não admitindo nada mais que possa se contrapor a eles, ou que
ofereça novos esclarecimentos que os contrariem.
Ora, a Doutrina Espírita, confirmando as verdades que se encontram
nas religiões, retifica o que elas deturpam e combate erros
transformados em dogmas.
No tocante às ciências, que se deixaram dominar, em parte, pelo
materialismo, procura ela mostrar a existência do espírito, como o outro
elemento do Universo, imprescindível para o conhecimento da realidade,
da verdade, da vida e de toda a criação divina.
Autor: Juvanir Borges de Souza
Revista Reformador (Federação Espírita Brasileira)
Revista de Espiritismo Cristão
Ano: 217 – Nº: 2.158 – Janeiro de 2009
Páginas: 05 à 07
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