
O mundo precisa ser cristianizado, no lídimo sentido desta expressão. Em tal importa a solução de todos os seus problemas.
O Cristianismo é a doutrina da moralização dos hábitos e dos costumes. Encerra, em essência, a ética social sob seus aspectos mais excelentes. Não é uma seita, nem um partido. E' o código de moral que abrange o direito de todos, estabelecendo, ao mesmo tempo, a responsabilidade de cada indivíduo segundo as condições em que se encontra e a influência que exerce no seio da coletividade.
O Cristianismo não cogita de formar castas, nem pretende incrementar facões que vegetem como excrescências sociais. Seu objetivo é o bem da Humanidade sem nenhuma exceção, alvo este que se alcança mediante a obediência às leis naturais que regem os destinos humanos.
Tudo o que moraliza, tudo o que dignifica, tudo o que eleva, tudo o que enobrece, tudo o que beneficia, tudo o que espiritualiza é obra de cristianização.
Certa vez o Batista enviou emissários a Jesus para perguntar: "És tu aquele Messias esperado?"
Como resposta, o Senhor realizou, em presença deles, muitas curas de obsidiados, de leprosos e de portadores de várias enfermidades, acrescentando, em seguida: "Ide contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os mortos ressuscitados, e aos pobres anuncia-se-lhes o Evangelho."
Como se vê, o Cristianismo é a doutrina que se Interessa diretamente pelo bem coletivo, pelas necessidades do povo.
E' digno de nota o fato de figurar na lista das maravilhas operadas pelo Cristo de Deus — o anunciar-se o Evangelho aos pobres. A maravilha não está no anúncio, mas no modo de o fazer. Segundo o critério de Jesus, anunciar o Evangelho aos pobres não importa em ministrar-lhes teorias mais ou menos complicadas: importa em resolver os problemas de ordem material e moral que os afetam; importa em defendê-los das tiranias organizadas, quaisquer que elas sejam; importa em colocá-los a coberto das explorações dos grandes e dos poderosos; importa, em suma, em fazer-lhes justiça e defender-lhes os direitos postergados.
LIVRO: EM TORNO DO MESTRE
AUTOR: PEDRO DE CAMARGO – PSEUDÔNIMO DE VINICIUS
EDITORA: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA
6ª EDIÇÃO – ANO DE PUBLICAÇÃO: 1939 (PÁG. 304-305)
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