
Personagem principal nos noticiários, a
violência é um dos temas mais debatidos no mundo atual. Quando pensamos
no tema, somos automaticamente levados a associá-lo às guerras, aos atos
terroristas, ao aumento da criminalidade e à falta de segurança.
Contudo, a violência não se resume a atrocidades cometidas pelo outro.
Se examinarmos atentamente nossas atividades cotidianas, a encontraremos
em discursos políticos que agradam a muitos, na negligência com a
natureza, nas nossas horas sagradas de lazer ‑ quantos deixaram de ir a
estádios de futebol, por causa da violência? – e, principalmente, nos
menores gestos, como a forma de falar, a impaciência ao lidar com
situações desgastantes e a intolerância com quem pensa diferente.
Diante de problema tão grave, como
proceder? Será que basta defender uma política de segurança que nos
permita uma melhor qualidade de vida e postar nas redes sociais que
somos a favor da paz no mundo? Ou é necessário um trabalho de arqueólogo
e escavar nas profundezas da nossa alma, as origens desse mal? A
Doutrina Espírita esclarece que a Terra ainda apresenta características
de planeta de provas e expiações, por aqui habitam espíritos que
progrediram a nível intelectual, mas que ainda necessitam progredir
moralmente. Os gérmens da violência encontram-se na própria criatura
que, sem orientação, ajuda e autoconhecimento, continuará sendo
governada por instintos, remanescentes de épocas primitivas.
Em entrevista, o médium Raul Teixeira afirma: “Num
mundo em que só encontramos propostas materialistas para resolver
problemas espirituais demoraremos muito a chegar a um denominador comum,
porque os problemas que acontecem na alma não podem ser resolvidos com
providências que só atendem ao mundo de fora.”
Report this ad
Aquele
que faz uso da violência em qualquer nível ou sentido está doente da
alma. E a forma mais eficaz de tratá-lo é por meio da Educação. Não se
trata da educação formal ou acadêmica apenas. Ouçamos as palavras do
Mestre: “Bem-aventurados os humildes, os mansos, os pacíficos, os puros
de espírito”. Enquanto os judeus esperavam um messias guerreiro, o
Cristo trouxe palavras de paz e perdão.
Não defendia passividade, nem
neutralidade, em relação à dominação romana, mas uma resistência
corajosa, em que a violência era combatida primeiro dentro de cada
coração. Não se pode vencer o outro naquilo que ainda grita forte dentro
de nós. Séculos depois, sua mensagem foi compreendida pelo líder
pacifista Mahatma Gandhi, que declarou: “ pela minha causa, prefiro
morrer a matar.”
Se reagirmos à violência com violência,
entramos na mesma sintonia do agressor. É importante seguir a
recomendação do Espírito da Verdade, que nos diz: “Amai-vos e
instruí-vos”, para nos libertarmos da ilusão de que os problemas estão
apenas nos outros, a fim de que consigamos enxergar e assumir nossas
responsabilidades. Uma vez conscientes, torna-se mais fácil nos
revestirmos de bondade e brandura para enfrentar os desafios cada vez
mais perturbadores da nossa época.
Somente quando transformarmos o homem velho no novo, teremos uma sociedade mais justa.
Autora: Isabella Martins
Sociedade Espírita Jorge
Publicado em: 1 maio 2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário