
O centurião romano chega a Jesus e diz a
Ele que seu servo se encontrava em casa paralítico e que sofria muito.
Quem era um centurião? O centurião era o comandante de um quantitativo
de homens, denominado centúria, que era uma fração da famosa legião romana.
Seria nos dias de hoje, equivalente ao posto de capitão. Quem era um
servo? O servo era um serviçal, na maioria das vezes escravo.
Observe-se, ainda, que na época de Jesus, os judeus eram um povo
dominado pelos romanos, portanto, os militares romanos eram
“autoridades”, tinham poder, eram “superiores” ou, pelo menos, assim
devia se sentir a maioria.
Jesus ouve o centurião, se compadece com
o pedido e lhe diz que vai até sua casa para curar o seu servo. O
centurião, porém, lhe diz que não há necessidade de Jesus ir até sua
casa, que ele se sentia indigno da presença de Jesus em seu lar, que
bastava que Jesus dissesse uma palavra que ele tinha certeza de que seu
servo seria curado Jesus se admira e diz aos que o acompanhavam: “Em
verdade vos digo: não achei fé tão grande em Israel.” (Mateus 8-10).
As lições de fé e humildade, neste
episódio, por parte do centurião romano, merecem uma reflexão, para que
esse exemplo nos toque o coração e que passemos a analisar a nossa
conduta, para sabermos onde nos encontramos no caminho em busca destas
virtudes.
Consideremos, inicialmente, que o
centurião, uma autoridade militar, vai em busca de auxílio para o seu
escravo, que era considerado apenas uma propriedade, um bem material.
Será que ele ficou com medo do prejuízo da perda do escravo, ou será que
ele se compadeceu de suas dores e foi buscar auxílio? Creio que a
segunda hipótese fosse realmente a intenção do centurião, pois assim se
expressa ele a Jesus: “Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico e sofre muito”
(Mateus 8-6). Como se sabe não era comum a compaixão pelos escravos.
Consideremos ainda que o pedido foi feito pelo dominador, o romano, ao
dominado, o judeu, em público, diante de testemunhas. O centurião não
teve medo de expor-se ao ridículo, venceu o orgulho da raça e
humildemente foi a Jesus, pedir pelo seu escravo. Disse, ainda, que não
era digno que Jesus entrasse em sua casa.
O centurião não teve, evidentemente, a
formação religiosa do povo judeu. Os romanos eram politeístas, adoravam
deuses esculpidos na matéria, causa surpresa portanto a fé do centurião.
Ele afirma a Jesus que basta apenas a sua palavra, que não há
necessidade de seu deslocamento até sua residência. É a confiança total,
a entrega plena, a certeza absoluta. O próprio Mestre se admira, pois
não havia encontrado uma fé tão sólida entre os seus conterrâneos.
Outras lições poderíamos perceber nesta
passagem como, por exemplo, a caridade do centurião para com seu servo.
Mas fiquemos nestas duas: fé e humildade. Como está a nossa fé, somos
capazes de dizer a Deus, do mais íntimo de nosso ser, “seja feita a
vossa vontade” e confiamos plenamente na Sua decisão, especialmente nos
momentos difíceis da nossa vida? Como anda nossa humildade, ainda
sofremos muita humilhação? Diz Augusto Cury, médico psiquiatra, que só
somos humilhados porque temos orgulho. Pensemos no assunto e busquemos
nosso crescimento na fé e na humildade. Lembremo-nos de que o centurião
não era cristão e já praticava estas virtudes.
Autor: João Machado – Grupo Espírita à Caminho da Luz
Publicado no dia: 18/01/2016
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