domingo, 27 de janeiro de 2019

Fé e Humildade

“Senhor, eu não sou digno que entres em minha casa; diz, porém, uma só palavra e o meu servo será curado.” (Mateus 8-8)
O centurião romano chega a Jesus e diz a Ele que seu servo se encontrava em casa paralítico e que sofria muito. Quem era um centurião? O centurião era o comandante de um quantitativo de homens, denominado centúria, que era uma fração da famosa legião romana. Seria nos dias de hoje, equivalente ao posto de capitão. Quem era um servo? O servo era um serviçal, na maioria das vezes escravo. Observe-se, ainda, que na época de Jesus, os judeus eram um povo dominado pelos romanos, portanto, os militares romanos eram “autoridades”, tinham poder, eram “superiores” ou, pelo menos, assim devia se sentir a maioria.
Jesus ouve o centurião, se compadece com o pedido e lhe diz que vai até sua casa para curar o seu servo. O centurião, porém, lhe diz que não há necessidade de Jesus ir até sua casa, que ele se sentia indigno da presença de Jesus em seu lar, que bastava que Jesus dissesse uma palavra que ele tinha certeza de que seu servo seria curado Jesus se admira e diz aos que o acompanhavam: “Em verdade vos digo: não achei fé tão grande em Israel.” (Mateus 8-10).

As lições de fé e humildade, neste episódio, por parte do centurião romano, merecem uma reflexão, para que esse exemplo nos toque o coração e que passemos a analisar a nossa conduta, para sabermos onde nos encontramos no caminho em busca destas virtudes.
Consideremos, inicialmente, que o centurião, uma autoridade militar, vai em busca de auxílio para o seu escravo, que era considerado apenas uma propriedade, um bem material. Será que ele ficou com medo do prejuízo da perda do escravo, ou será que ele se compadeceu de suas dores e foi buscar auxílio? Creio que a segunda hipótese fosse realmente a intenção do centurião, pois assim se expressa ele a Jesus: “Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico e sofre muito” (Mateus 8-6). Como se sabe não era comum a compaixão pelos escravos. Consideremos ainda que o pedido foi feito pelo dominador, o romano, ao dominado, o judeu, em público, diante de testemunhas. O centurião não teve medo de expor-se ao ridículo, venceu o orgulho da raça e humildemente foi a Jesus, pedir pelo seu escravo. Disse, ainda, que não era digno que Jesus entrasse em sua casa.
O centurião não teve, evidentemente, a formação religiosa do povo judeu. Os romanos eram politeístas, adoravam deuses esculpidos na matéria, causa surpresa portanto a fé do centurião. Ele afirma a Jesus que basta apenas a sua palavra, que não há necessidade de seu deslocamento até sua residência. É a confiança total, a entrega plena, a certeza absoluta. O próprio Mestre se admira, pois não havia encontrado uma fé tão sólida entre os seus conterrâneos.
Outras lições poderíamos perceber nesta passagem como, por exemplo, a caridade do centurião para com seu servo. Mas fiquemos nestas duas: fé e humildade. Como está a nossa fé, somos capazes de dizer a Deus, do mais íntimo de nosso ser, “seja feita a vossa vontade” e confiamos plenamente na Sua decisão, especialmente nos momentos difíceis da nossa vida? Como anda nossa humildade, ainda sofremos muita humilhação? Diz Augusto Cury, médico psiquiatra, que só somos humilhados porque temos orgulho. Pensemos no assunto e busquemos nosso crescimento na fé e na humildade. Lembremo-nos de que o centurião não era cristão e já praticava estas virtudes.
Autor:  João Machado – Grupo Espírita à Caminho da Luz
Publicado no dia:  18/01/2016

Nenhum comentário: