
Em janeiro de 1861, há exatamente 150
anos, foi lançada em Paris, pelo Prof. H. L. D. Rivail (Allan Kardec),
mais uma de suas obras, que compõem a codificação do Espiritismo: O Livro dos Médiuns. É um livro valioso, que deve ser estudado e colocado, em primeiro lugar, no estudo da mediunidade.
Kardec entendeu rapidamente, em suas
pesquisas e experiências, que o intercâmbio com os Espíritos não é uma
tarefa simples; ao contrário, exige preparo e qualificação das pessoas
envolvidas no processo de comunicação.
Entendeu também que não basta a uma
pessoa ter mediunidade; é preciso que ela saiba utilizá-la corretamente,
a fim de que não lhe aconteça o que ocorreu com o servidor infiel da
parábola dos talentos, que enterrou o seu talento na areia, temeroso de
não corresponder aos desígnios do Senhor.
O dom da mediunidade é um presente de
Deus para todos nós. Entretanto, a maioria dos que o possui,
infelizmente negligencia, e termina não fazendo dele um instrumento
voltado para o bem comum.
Quando lemos o capítulo I da referida
obra, vemos que Kardec analisa a questão da existência do Espírito, e
prova que, de fato, ele é uma realidade, uma força importante da
natureza, influenciando o ser humano mais do que ele supõe (L. E.
questão 459), e que, sem sua existência, muitos fenômenos permaneceriam
sem explicações.
O autor descreve com riqueza de
detalhes, no capítulo XIV, o que é um médium e os vários tipos de
mediunidade. Prova que todos nós, de certo modo, somos medianeiros dos
Espíritos, uma vez que lhes sofremos sua influência. Porém, deixa claro
que médium, na acepção da palavra, é aquele cujo dom se revela de forma
patente e incontestável.
No capítulo seguinte, adverte-nos sobre
os inconvenientes e perigos da mediunidade, caso não seja praticada com
conhecimento, seriedade e bom senso.
A obsessão e as medidas preventivas são
analisadas, com muita propriedade, no capítulo XXIII. Segundo Kardec, a
obsessão é o principal escolho do Espiritismo prático. É um flagelo que
atinge parcela considerável da humanidade.
O autor descreve, no capítulo XXV, os
cuidados que devemos ter na evocação dos Espíritos. No capítulo
seguinte, alerta-nos sobre os tipos de perguntas que devemos fazer aos
Espíritos, de modo a não desagradá-los nem causar neles qualquer
constrangimento.
Nos capítulos finais, o autor discorre
sobre o charlatanismo, os embustes e as fraudes que aqueles que lidam
com o Espiritismo prático podem ser vítimas, se não vigiarem e orarem
continuamente.
Hoje, o Espiritismo oferece aos médiuns
orientação vasta, de modo que eles pratiquem a mediunidade de forma
segura. Nesse sentido, “O Livro dos Médiuns” é considerado o guia número
um.
O livro é de valor inestimável. Lendo-o
com um olhar de pesquisa, descobriremos que nele existem muitas
orientações, verdadeiras pérolas para os médiuns e para todos nós que,
direta ou indiretamente, lidamos com a mediunidade.
Parabéns, Sr. Allan Kardec! O senhor foi
realmente um grande visionário. Foi longe ao estudar e analisar o
fenômeno mediúnico. Transpôs as barreiras do pensamento comum dos homens
e penetrou nas sutilezas do mundo espiritual, um universo, na sua
época, pouco conhecido, e ainda hoje não muito bem claro para nós.
Aproveitemos essa efeméride para reler
essa obra maravilhosa e de grande conteúdo doutrinário, certos de que,
após sua leitura, iremos nos sentir mais confiantes e fortalecidos no
trabalho de intercâmbio com os Espíritos.
Autor: Geraldo Ribeiro da Silva
Jornal da Mediunidade – Informativo (meses de Janeiro, Fevereiro e Março), nº 26 – Uberaba – Minas Gerais / 2011.
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