Maria de Magdala chorava à beira
do sepulcro inane de Jesus, quando ele, ressurgido dentre os mortos, se lhe
apresenta, e pergunta: “Mulher,
porque choras? A quem procuras?
Ela, desconhecendo quem a
interrogava, retruca, supondo falar com o jardineiro: “Senhor, se tu o tiraste daqui, dize onde o
puseste, e eu o levarei.”
Foi quando Jesus, dando uma
particular modulação ao seu verbo inflamado, disse – “Maria”.
Ao ouvir o eco fascinante daquela
voz, Maria de Magdala, como que desperta dum sonho, de pronto acode: “Mestre!”
Que magia foi aquela? Porque não o reconhecera antes?
É que Jesus, mestre por
excelência, querendo avivar a memória da pecadora, modulou sua voz naquele tom
vibrante, e ao mesmo tempo suave, composto dum misto de autoridade e doçura,
com que outrora lhe despertara os sentimentos, alcançando a redenção de seu
espírito.
Eis o que são as palavras da
Vida. Nunca morrem: vibram eternamente.
Quem as ouve uma vez e as
assimila, jamais deixa de as reconhecer e de viver sob o seu influxo.
As eternas verdades que Jesus
encarnou e exemplificou, há perto de dois mil anos, palpitam ainda nas páginas
do seu Evangelho, conservando aquele dom maravilhoso de nos acordar para o Bem e para o Belo, transformando-se,
assim, na luz que nos guia, no roteiro que nos conduz aos elevados destinos que
nos são reservados.
Daí a sabedoria destes dizeres do
Redentor: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a
Vida; ninguém vai ao Pai senão por mim.”
Livro: Nas Pegadas do Mestre
Autor: Vinicius (pseudônimo) – Pedro de Camargo
8ª Edição em 1992 –
Editora Federação Espírita Brasileira (FEB) –
Páginas: 84 até 85 – Brasília-DF – 1933
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