sábado, 19 de maio de 2012

Lei do Progresso


Segundo a teologia, o homem foi criado justo, feliz, e assim poderia ter-se mantido por toda a eternidade. Tentado, porém, por satanás, desobedeceu ao Criador, vindo a sofrer, em conseqüência desse grave pecado, a privação da graça, a perda do paraíso, a ignorância, a inclinação para o mal, a morte e toda sorte de misérias do corpo e da alma.

Em outras palavras, isso quer dizer que o gênero humano teria surgido na Terra perfeito, ou quase, mas depois se degradou.

A Doutrina Espírita, ao contrário, afirma que o progresso é lei natural, cuja ação se faz sentir em tudo no Universo, não sendo admissível, por conseguinte, o homem frustrá-la ou contrapor-se-lhe.

Grifamos a expressão “tudo no Universo”, para fixarmos em nosso entendimento que a lei do progresso, sendo uma lei divina, atua em toda a criação, desde o átomo até o anjo.

No capítulo VIII da 3ª parte de “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec estuda esta lei. Faremos a seguir um resumo deste importante capítulo:

A infância da Humanidade é o ponto de partida do desenvolvimento humano. Sendo perfectível, o homem traz em si o gérmen do seu aperfeiçoamento.

O homem não pode retrogradar ao estado inicial, tem ele que progredir incessantemente, não podendo voltar ao estado anterior.

Faz parte da lei, a necessidade daquele que é mais evoluído ajudar ao que se encontra na retaguarda.

O progresso moral vem após o progresso intelectual, porque através deste distinguimos o bem e o mal, podemos escolher o caminho a seguir, e com isso aumentando nossa responsabilidade.

O homem não pode paralisar o progresso, mas pode dificultá-lo, sendo por isso punido pela própria Lei.

Quando um povo insiste em progredir de maneira mais lenta que a esperada, o Criador o sujeita de tempos a tempos, a um abalo físico ou moral que o transforma.

O orgulho e o egoísmo são os maiores obstáculos ao progresso moral do Espírito.

Há dois tipos de progresso: o intelectual e o moral. O primeiro, como já foi dito, antecede ao segundo, apesar de este nem sempre vir imediatamente após aquele. É que a Humanidade insiste em valorizar mais o intelecto, devido ao seu alto grau de imediatismo, mas há de chegar o momento em que eles caminharão lado a lado.

Há um progresso na civilização, embora incompleto, porque sendo o homem ainda imperfeito, tudo o que é criação dele, denota instabilidade.

A civilização completa será uma consequência do desenvolvimento moral da Humanidade, ou seja, só poderemos dizer-nos civilizados, quando tivermos banido de nossa sociedade, os vícios, e quando vivermos como irmãos, praticando a caridade cristã.

Poderia viver o homem regido simplesmente pelas leis naturais, se ele as compreendesse. Como isso nem sempre é possível, cria ele leis humanas que por refletir suas instabilidades, evolui à medida de sua própria evolução.

Destruindo o materialismo, dando ao homem a compreensão da vida futura, fazendo vê-lo esta como um efeito da atual, e revivendo, como consequência deste entendimento, a moral cristã, o Espiritismo pode e contribui em muito com o progresso da Humanidade. Cabendo a nós, espíritas, o dever de ampliar o seu entendimento através da vivenciação do que já conhecemos.

Livro: Apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho

Centro Espírita Amor e Caridade - Goiânia – GO - 1997

Site: www.autoresespiritasclassicos.com

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