
A missão
Emmanuel, Espírito que teria participado da equipe de Espíritos orientadores durante o período de atividades de Allan Kardec no plano físico, nos afirma nos capítulos XXII e XXIII do livro “A Caminho da Luz”, o seguinte:
“(...)nascia Allan Kardec (...), com a sagrada missão de abrir caminho ao Espiritismo, a grande voz do Consolador prometido ao mundo pela misericórdia de Jesus Cristo.” “Consolador da Humanidade, segundo as promessas do Cristo, o Espiritismo vinha esclarecer os homens, preparando-lhes o coração para o perfeito aproveitamento de tantas riquezas do Céu.”
E no livro “O Consolador”, completa: “O Espiritismo não pode guardar a pretensão de exterminar a outras crenças, parcelas da verdade que a sua doutrina representa, mas, sim, trabalhar por transformá-las, elevando-lhes as concepções antigas para o clarão da verdade imortalista. A missão do Consolador tem que verificar junto das almas e não ao lado das gloríolas efêmeras dos triunfos materiais.(...)”
Voltando ao livro “A Caminho da Luz”, ao segundo dos capítulos indicados temos:
“A tarefa de Allan Kardec era difícil e complexa. Competia-lhe reorganizar o edifício desmoronado da crença, reconduzindo a civilização às suas profundas bases religiosas.” E no capítulo XXIV continua: “Somente o Espiritismo, prescindindo de todas as garantias terrenas, executa o esforço tremendo de manter acesa a luz da crença, nesse barco frágil do homem ignorante do seu verdadeiro destino(...)”.
Dados Biográficos
Hippolyte Léon Denizard Rivail nasceu em Lyon, na França, a 3 de outubro de 1804, de uma família antiga que se distinguiu na magistratura e na advocacia. Apesar disso não seguiu essas carreiras, desde a primeira juventude, sentiu-se inclinado ao estudo das ciências e da filosofia.
Educado na Escola de Pestalozzi, em Yverdun (Suíça), tornou-se um dos mais eminentes discípulos desse célebre professor e um dos zelosos propagandistas do seu sistema de educação, que tão grande influência exerceu sobre a reforma do ensino na França e na Alemanha.
Dotado de notável inteligência e atraído para o ensino pelo seu caráter e pelas suas aptidões especiais, já aos catorze anos ensinava o que sabia àqueles seus condiscípulos que haviam aprendido menos do que ele. Foi nessa escola que lhe desabrocharam as idéias que mais tarde o colocariam na classe dos homens progressistas e dos livres pensadores.
Nascido sob a religião católica, mas educado num país protestante, os atos de intolerância que por isso teve de suportar, no tocante a essa circunstância, cedo o levaram a conceber a idéia de uma reforma religiosa, na qual trabalhou em silêncio com o intuito de alcançar a unificação das crenças. Faltava-lhe, porém, o elemento indispensável à solução desse grande problema.
O Espiritismo veio, a seu tempo, imprimir-lhe especial direção aos trabalhos.
Concluídos seus estudos, voltou para a França. Conhecendo a fundo a língua alemã, traduzia para a Alemanha diferentes obras de educação e de moral e as obras de Fénelon, que o tinham seduzido de modo particular.
Era membro de várias sociedades sábias, entre outras, da Academia Real de Arras, que no concurso de 1831 lhe premiou uma notável memória sobre a seguinte questão: Qual o sistema de estudos mais de harmonia com as necessidades da época?
De 1835 a 1840, fundou em sua casa, cursos gratuitos de Química, Física, Anatomia Comparada, Astronomia, etc..
Preocupado sempre com o tornar atraentes e interessantes os sistemas de educação, inventou, ao mesmo tempo, um método engenhoso de ensinar a contar e um quadro mnemônico da História da França, tendo por objetivo fixar na memória as datas dos acontecimentos de maior relevo e as descobertas que iluminaram cada reinado. Entre suas numerosas obras de educação, se destacam as seguintes: Plano proposto para melhoramento da instrução pública (1828); Curso Prático e teórico de Aritmética (1824); Gramática Francesa Clássica (1831); entre outras.
Pelo ano de 1855, posta em foco a questão das manifestações dos Espíritos, o professor Rivail entregou-se a observações perseverantes sobre esse fenômeno, cogitando principalmente de lhe deduzir as conseqüências filosóficas. Entreviu, desde logo, o princípio de novas leis naturais: as que regem as relações entre o mundo visível e o mundo invisível. Reconheceu, na ação deste último, uma das forças da natureza, cujo conhecimento haveria de lançar luz sobre uma imensidade de problemas tidos por insolúveis, e lhe compreendeu o alcance, do ponto de vista religioso.
Em 1857, quando da publicação da primeira edição de “O Livro dos Espíritos” foi que surgiu pela primeira vez o nome Allan Kardec. Vendo a necessidade de diferenciar suas obras exclusivamente didáticas das espíritas, o até então professor Rivail teve a idéia de usar um pseudônimo. Foi aí que seu guia espiritual lhe sugeriu o nome Allan Kardec, lhe dizendo ter sido um companheiro seu nos tempos dos druídas, quando ele tinha este nome.
Fundou em Paris, a 1º de abril de 1858, a primeira Sociedade Espírita regularmente constituída, sob a denominação de “Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas”, cujo fim exclusivo era o estudo de quanto possa contribuir para o progresso da nova ciência. Allan Kardec se defendeu, com inteiro fundamento, de coisa alguma haver escrito debaixo da influência de idéias preconcebidas ou sistemáticas. Homem de caráter frio e calmo observou os fatos e, de suas observações, deduziu as leis que os regem. Foi o primeiro a apresentar a teoria relativa a tais fatos e a formar com eles um corpo de doutrina, metódico e regular.
Data do aparecimento de “O Livro dos Espíritos” a fundação do Espiritismo que, até então, só contara com elementos esparsos, sem coordenação, e cujo alcance nem toda gente pudera apreender.
Trabalhador infatigável, sempre o primeiro a tomar da obra e o último a deixá-la, Allan Kardec sucumbiu, a 31 de março de 1869, quando se preparava para uma mudança de local, imposta pela extensão considerável de suas múltiplas ocupações.
Morreu conforme viveu: trabalhando. Sofria, desde longos anos, de uma enfermidade do coração, que só podia ser combatida por meio do repouso intelectual e pequena atividade material. Consagrado, porém, todo inteiro à sua obra, recusava-se a tudo o que pudesse absorver um só que fosse de seus instantes, à custa das suas ocupações prediletas. Deu-se com ele o que se dá com todas as almas de forte têmpera: a lâmina gastou a bainha.
Um homem houve de menos na terra; mas, um grande nome tomava lugar entre os que ilustraram este século ; um grande Espírito fora retemperar-se no infinito, onde todos os que ele consolara e esclarecera lhe aguardavam impacientes a volta!
(Texto parcialmente transcrito da Revista Espírita, maio de 1869.)
“Obras Póstumas”, Biografia de Allan Kardec.
Livro: Apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro Espírita Amor e Caridade - Goiânia – GO - 1997
Site: www.autoresespiritasclassicos.com
Livro: Apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro Espírita Amor e Caridade - Goiânia – GO - 1997
Site: www.autoresespiritasclassicos.com
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