
A mágoa faz mal à saúde. Sabemos que doenças como gastrite, pressão alta, diabetes e depressão, entre outras, estão ligadas diretamente a como nos sentimos interiormente e à quantidade de toxinas fluídicas que carregamos. O espírito André Luiz, em Entre a Terra e o Céu e Os mensageiros, entre outras obras, descreve a influência do corpo fluídico no corpo físico, e vice--versa. A própria medicina comprova o efeito curativo do riso e do bom humor. Por isso, se quisermos viver com mais leveza, é preciso que aprendamos a perdoar. É necessário tirarmos de dentro de nós qualquer sentimento de mágoa em relação a alguém ou a nós mesmos. E também vencermos os preconceitos que muitos temos e demonstrar alegria, apesar das vicissitudes.
No entanto, não é simples assim. Perdoar é o estágio final de uma resolução íntima que passa por vários estágios, entre eles:
- Reconhecer que estamos magoados: o cônjuge já não é mais tão dócil como antes; o subordinado não poderia ter faltado com o respeito daquela maneira; o pai tinha o dever de ter apoiado na fase difícil; os filhos não são colaborativos como se espera; o chefe não reconhece o talento... A lista é longa. Muitas vezes empurramos essas situações tentando ignorá-las, achamos que são os tempos modernos, mas no fundo, nos magoamos. Enchemos nosso cálice espiritual de toxinas deletérias e as mantemos lá, sem nos darmos conta do acúmulo.
- Procurar entender o motivo do outro: por que será que o cônjuge está diferente? Será que também nós mantemos o carinho e a atenção de antes? O que é respeito para o subordinado? Terá sido intencional sua ação? Os filhos têm a real noção do que lhes é devido fazer para contribuir, e foi-lhes ensinado o valor da contribuição previamente? Ou ainda, teremos feito algo a eles que os magoaram? Enfim, que motivo terá tido o outro para ter agido assim conosco?
- Ter a coragem de buscar o diálogo: vamos desconsiderar as discussões nervosas, a gritaria doméstica, as reclamações. Diálogo presume a comunicação entre duas pessoas realmente interessadas em conhecer os pensamentos do outro, com calma e em voz baixa, olhos nos olhos. Quando perguntamos ao outro o motivo de ter agido daquela maneira, o que normalmente descobrimos é que eles têm, sim, seus motivos. Ou, nem perceberam que ofenderam. E, passando a conhecer a realidade íntima do outro, normalmente nossa mágoa se desfaz.
- Estar pronto para pedir desculpas: sim, nós muitas vezes erramos e nem percebemos, assim como os outros. Pedir desculpas demonstra nobreza de caráter e motiva o outro a fazer o mesmo. Jesus não cansou de exemplificar a humildade, como na passagem em que lavou os pés dos apóstolos.
Mas, e se, contra todos os esforços, o outro não demonstrar nenhuma humildade, arrependimento ou mostrar-se deliberadamente contra nós? Bem, não temos como mudar o universo alheio, e Jesus nos aconselhou a perdoar os nossos ‘inimigos’, porque o não-perdão continua sendo absurdamente destrutivo. Resta-nos, então, nos proteger fluidicamente através do pensamento e da ação no bem e orar ao Pai Maior com devoção e sinceridade, pedindo:
- Pai, perdoe-os. Eles não sabem o que fazem.
Autor: Ângela Moraes
Jornal “O Espírita Fluminense”
Instituto Espírita Bezerra de Menezes – IEBM – Niterói – RJ
Janeiro/Fevereiro 2011
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