quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A Lei da Vida


A vida se conserva e permanece com a condição de se difundir; não pode isolar-se ou concentrar-se em si mesma, pois isso importaria em seu aniquilamento.

O interior de nosso corpo expande-se continuamente para o exterior, através da porosidade do

tecido cutâneo e, a seu turno, recebe as invasões de fora. Nossos pulmões exalam carbono e absorvem oxigênio. Nosso aparelho digestivo assimila os produtos da digestão e se desembaraça dos resíduos. Desse metabolismo, dessas trocas, depende a conservação da nossa vida orgânica.

Cesse, ou apenas se embarace qualquer dessas modalidades de permutas, e teremos a

enfermidade sob seus multiformes aspectos e, finalmente, a morte.

As leis biológicas, como todas as da Natureza são inalienáveis. Elas abrangem o físico e o espiritual. Não há, rigorosamente falando, uma separação entre esses dois planos; antes, o que se verifica é que ambos se confinam. Assim é que na esfera moral prevalece o mesmo princípio biológico de expansão, ao qual se dá o nome de solidariedade

A vida do Espírito, como a do corpo, não pode permanecer isolada; precisa expandir-se. A matéria é una em essência, como uno é o Espírito também. Por isso, as partes tendendo para o Todo, de onde procedem, sentem-se naturalmente ligadas entre si. Daí a perpetuidade da vida, ou seja, a imortalidade.

E que se infere dessa atração recíproca das partes entre si, dessa dependência mútua em que

se encontram?

Concluímos que a lei biológica no plano moral é o amor, ê a solidariedade das partes com o Todo das mesmas entre si. Cada vez, portanto, que o homem, levado pelas ilusórias sugestões do egoísmo, se opõe à lei do amor, ele suporta o aguilhão da dor como efeito de sua insânia, por isso que embaraçou o curso da lei fundamental da vida.

Eis aí porque as Escrituras estabelecem como soberano mandamento, o amor a Deus e ao

próximo.

LIVRO: EM TORNO DO MESTRE

AUTOR: PEDRO DE CAMARGO – PSEUDÔNIMO DE VINICIUS

EDITORA: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA

6ª EDIÇÃO – ANO DE PUBLICAÇÃO: 1939 (PÁG. 293-294)

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