Apenas algumas rápidas palavras em torno da mediunidade, que, de fato, é um assunto inesgotável,
A tarefa mediúnica mais intensa, principalmente aquela de contato com o público, em verdade não é uma tarefa para todos os médiuns.
Semelhante atitude medianímica, de caráter público, é penosa, difícil mesmo para os médiuns não amadurecidos o suficiente; é uma tarefa que não depende tanto da mediunidade em si, mas depende da têmpera do médium, do espírito do medianeiro, mas do que, inclusive, dos espíritos que se dispõe a colaborar com ele. Por esse motivo não podemos, indiscriminadamente incentivar o exercício ostensivo da mediunidade nos médiuns ainda incipientes, nos medianeiros que apenas agora estão iniciando os seus primeiros passos na caminhada que é, deveras, longa.
Antes que o médium se dedique ou se decida por uma tarefa de muitos contatos públicos, é imprescindível que sopese as dificuldades que faceará, porque, de certa forma, esse companheiro não mais se pertencerá; sentir-se-á privado de aspirações pessoais, tendo, ainda, cerceado a sua liberdade no que se refere a tempo, que lhe digam respeito, tanto no campo profissional quanto no campo afetivo...
A tarefa mediúnica ostensiva, aquela que se expõe na cura, na pintura ou, ainda, na oratória, requesita do medianeiro um grau de renúncia e de sacrifício que, infelizmente, nem todos os companheiros, candidatos ao serviço da mediunidade com Jesus, estão em condições de oferecer.
Estas nossas considerações vêm a propósito de muitos irmãos médiuns que anseiam por atividades mais amplas na casa espírita. Louvamos em todos eles a boa vontade e a reta intenção em cooperar coma difusão do Espiritismo, que revive, na atualidade, o Evangelho de Jesus. Entretanto temos catalogadas centenas e centenas de medianeiros que se propõem em realizar semelhantes atividades e nelas não logram perseverar mais do que algumas reuniões ou alguns poucos meses. Logo, se retraem, constrangidos por um sem número de problemas e obstáculos.
É indispensável, portanto, que o medianeiro, antes de tentar alçar vôos mais longínquos, melhor fortaleza as próprias asas, porque não lhe convirá, de forma alguma, a leviandade, a deserção ao dever, a fulga ao compromisso, sem que esteja arcando com as conseqüências oriundas de suas decisões.
A tarefa mediúnica pode ser comparada a uma escada de infinitos degraus, em que, o médium, que decide escalá-la, precisa ascender, passo a passo, não olvidando que, para tanto, o concurso do tempo é indispensável.
Sintetizando, não bastam os espíritos e não basta a mediunidade; é imprescindível verificar-se a têmpera do médium que se candidata a tarefa mediúnica de natureza ostensiva, expondo-se, publicamente, aqueles que, no medianeiro, quase sempre procura o que o medianeiro por si só não se encontra em condições de oferecer.
Autores: Odilon Fernandes & Carlos A. Baccelli
Livro: Mediunidade, Corpo e Alma.
Site: Luz do Espiritismo – Grupo Espírita Allan Kardec
Um comentário:
A relação mediúnica...
O fato de conhecer a professora não quer dizer que o aluno, por isso, já detém o mesmo conhecimento que a mestra.
Não quer dizer que já percorreu com os olhos a mesma quantidade e qualidade de livros que a normalista manuseou.. Não significa que esse aluno, e não poderia ser de outra maneira, que ele tenha despendido o mesmo tempo e a mesma intensidade de força, dedicação e disciplina que a docente amiga envidou, exatamente para ter a condição de mestra...
A possibilidade de desfrutar dos raios solares não nos permite carregar sua luz como se fosse nossa...
Assim a relação mediúnica...
O médium é tal um asteróide adentrando a psicosfera de uma entidade espiritual, como a grande maioria dos instrumentos, não possui luz própria, então só se beneficiará da mesma, se permanecer em órbita de afinidade, de respeito, disciplina e resignação...
Tal estrela nova á assimilar resíduos luminíferos, precisa de tempo, paciência e perseverança até que a relação se entrose em seus valores reais, ou seja, o Espírito pensa, trabalha e cria; orienta, ensina e conduz, enquanto o médium estuda, obedece e espera, trabalha, compreende e silencia...
Na pauta da proteção, o anjo guardião lhe impõe ascensão moral por suas próprias qualidades espirituais.
Na relação com os iguais é o médium, ferramenta comum de uso simples na seara de provas e expiações, onde se enquadra qual tarefeiro imperfeito, em oficina-escola de renovação de valores e que o Evangelho vivenciado compatibiliza em prisma de obrigação...
Psicografar, psicofonizar, expor orientações doutrinárias diversas, pacificar são tarefas que decorrem naturalmente, sem exceções ou privilégios, que não existem, cujas fontes primárias são a mente e o coração, no trabalho de caridade e amor ao próximo...
Jesus o Cristo disse: “Ninguém vai ao Pai, senão por mim” “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”.
O Espírito de Verdade asseverou: “Espíritas amai-vos, Espíritas instruí-vos”
Kardec enfatizou: “Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade”
Caminhos que se nos exigem, por si a ótica, a coragem e a consciência de seus próprios recursos...
Enxergando principalmente o valor da oportunidade em que está egresso aproveitando-a em benefício de si e dos que lhes estão ao derredor...
Verdade, Amor e Fé são os ingredientes a impregnar a ambiência da casa espírita de luz, a Verdade chama e proclama a libertação
O amor restaura, recria e encaminha
E a fé enquanto consciência que se ilumina no caminho religa ás criaturas ao Criador.
Assim a mediunidade se faz a estrada e o celeiro
O campo e a semente
O espelho e a moldura
Na contratura entre provas e expiações
Além de ser o giz e a letra
Se faz a cor e a melodia
Na barra de um novo dia
Recriando as relações!
***
A honrar compromissos, á suturar cicatrizes emocionais, á enfrentar desalinhos, á sofrer cobranças e ingratidões, á ser esquecido por o trabalho já foi feito, e tantos outros pequenos senões á permear as relações em seus segmentos complexos...
Por isso Kardec aconselhou a fé que raciocina
A simplicidade por medida
O bom senso por orientação...
Na relação com a dor do próximo, otimismo e confiança
Fazer sempre a sua parte ainda que entre chuvas e tempestades
O Evangelho é o teto seguro do instrumento medianímico consciente e maduro. No tempo e nos espaço a mediunidade, enquanto flor de complexo cultivo será lenitivo onde a ciência se omita ou se esconda...
Mediunidade não é sonda simples a cutucar o passado, mas compromisso acertado em benefício de próximo...
Sensitivo querido põe os pés no chão da responsabilidade que a mediunidade se fará o farol da tua liberdade...
Ademário da Silva //@dem@/rio d@ &ilv@/
25/11/2010
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