quarta-feira, 1 de julho de 2009

A Escravização do Pensamento


“Haverá no homem alguma coisa que es­cape a todo constrangimento

e pela qual goze ele de absoluta liberdade?

No pensamento goza o homem de ilimitada liberdade, pois que não há como pôr-lhe peias. Pode-se-lhe deter o vôo, porém, não aniquilá-lo.”

(O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão 833.)


Obsessão é escravização temporária do pensamento, imantando credores e devedores, que inconscientemente ou não se buscam pelas leis cármicas.

Pelo pensamento nós nos libertamos ou nos escravizamos. O homem não tem sabido usar o pensamento. Somente agora se está inteirando das suas próprias potenciali­dades. Somente agora está começando a descobrir que ele é o que pensa. Que seus pensamentos são ele mesmo, isto é, expressam sua individualidade, a essência mesma de que é feito, com todas as pe­culiaridades que integram a sua personalidade.

Unicamente agora o ser humano se está apercebendo de que se tem mantido cerceado, por ter viciado o seu pensamento, acostu­mando-o a transitar apenas entre as baixas esferas, que vão dos instintos às paixões que o avassalam. Que se fez escravo destas, alimentando-se dos vícios e sendo por eles dominado.

Somente com o desenrolar dos evos é que o raciocínio humano está começando a acionar o seu imenso cabedal para as mais altas finalidades do Espírito.

Recebendo os sublimes ensinamentos de Jesus, ainda assim, ha­bituado a manipular o pensamento para fazê-lo servir aos seus inte­resses egoísticos, distorceu por quase dois milênios a mensagem clarificadora do Evangelho.

Lentamente, a duras penas, as criaturas estão descobrindo as ilimitadas potencialidades que têm em si mesmas. Aos poucos estão-se dando conta de que cada ser é um universo em miniatura, expansível pelo pensamento e pelo sentimento e que possui como atributo a eternidade.

A Doutrina Espírita, revivendo os ensinamentos do Cristo, tem contribuído, fundamentalmente, para despertar o homem para a Verdade. O Espiritismo veio ensinar a libertação do pensamento, jugulado ao peso imensurável da servidão material, mostrando a es­piritualidade que existe em cada ser, a qual, até agora, a grande maioria preferiu ignorar.

As obsessões são, pois, em realidade, escravização temporária da mente. É o vôo do pensamento, de súbito detido, prisioneiro.

Mesmo o homem moderno, que se orgulha de suas conquistas, arranja mil pretextos para tornar-se escravo não só de si mesmo como também de outros homens, de situações e até — principalmente isto — de coisas materiais, gabando-se, inclusive, dessas preferências, completamente ignorante das verdadeiras metas da vida e dos reais valores.

Jactando-se de viver no século 20, quando o avanço do conhe­cimento atingiu culminâncias jamais imaginadas, o homem, ainda assim, torna-se:

Escravo dos vícios.

Escravo do sexo.

Escravo do dinheiro.

Escravo do lazer.

Escravo da máquina.

Escravo de tudo, quando, negando a Deus, se permitc a mais abjeta e dolorosa escravidão: o seu auto-enclausuramento na mas­morra sombria do egoismo avassalante.

O Espiritismo veio ensinar o processo de libertação. O modo de se libertar de todas as servidões inferiores.

Mil formas de escravidão e uma só forma de libertação: Jesus!

“Eu sou a Porta”, disse Ele.

“A Verdade vos fará livres...”


Site: Luz do Espiritismo - Grupo Espírita Allan Kardec

Livro: OBSESSÃO E DESOBSESSÃO

SUELY CALDAS SCHUBERT

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