domingo, 25 de janeiro de 2009

Tempo Perdido



Aqui, estou deixando tudo que me era inútil na vida:

Páginas perdida de minha historia.

Talvez, algum dia, chegue a minha hora

Cercada de escuros muros de solidão.

[E ver por acaso a desilusão:

Ah! Como é tarde!

E o tempo me contempla os anos a mais.

Templos surgem emergindo com a evolução

Do mito da vida.

Encontro-me mais uma vez

Esquecido por mim, sepulto

Dum sofrimento e acerca de mim,

Arde o sonho perdido,

Por uma desilusão do meu ser.

Tão cedo que me detive em meus sombrios pensamentos.

Embora me tenha transformado,

Sou o mesmo, ainda,

Levado por amargos frutos...

(...)

Lembro-me, agora,

Que me era jovem a vida,

E dentro dela, corriam-se as lembranças

Patéticas somáticas, fazendo-me absorto.

Mas tudo é escuridão mais uma vez.

Talvez, minh' alma esteja quebrada

E dela nasçam uns ásperos sonidos

Num refúgio abandonado.

Quem sou eu? Nada!

Sinto, dentro de mim, as emoções vazias, atordoadas, perturbadas.

Ah, que louça!

Corpo, alma fremem com febre e exaustão.

Com o tempo não se apagam e ponho-me,

Ainda, a ser o mesmo até aceitar a dor,

A nostalgia, e não hão de encontrar qualquer asilo.

Ai de mim! Fúnebre "Psiche" que se torna minha prisão

E uma angústia vigilante.

Que perseguição?

Condenado a ti, insidiosa mônada,

Onde permaneço em noites decadentes.

Descontente em minha vida,

Que se aprazia com a ira dos herméticos.

E, tu inebrias-me com a velha cor -

A gélida falta da própria vida,

Eis sucumbe existência ao Mal,

Mal de viver - oriunda escravidão.

Em mim, brada a quase infinda alma humana.

No subsolo, há de minha alma repousar

Sob a languidez ática pagã.

Autor: Davys Rodrigues de Sousa - Maio de 2004

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